Portuguese Language in Angola: Silencing, Insulation and Hierarchies

Heloisa Tramontim de OLIVEIRA

Abstract

The Portuguese Language was used as an instrument of tiering, silencing and isolation of African languages, today known as Angolan national languages. This article articulates a brief historic route for purposes of analysis of the resistant presence of national languages in Angolan territory against a colonial policy that aimed at erasing African culture through assimilation. This was legitimized through the Native Statute and had the premise of introduction of European customs to Westernize the Angolan community. In this panorama, besides acts of linguistic racism, the resistences that enabled the survival of some African languages are highlighted, as well as the ever-changing power relationships which made the Portuguese language, colonial instrument, to be called Angolan Portuguese.

Full-text of the article is available for this locale: Português (Brasil).

References

ANDERSON, B. Comunidades Imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

AUROUX, Sylvain. A revolução tecnológica da gramatização. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1992.

Declaração da Academia Angolana de Letras imprensa sobre sua posição política linguística diante do Novo acordo ortográfico. Disponível em: http://jornaldeangola.sapo.ao/sociedade/novo_acordo_ortografico_desfavoravel_para_o_pais. Acesso em: 10 janeiro 2019.

AYOH’OMIDIRE, F. Mestiçagem e o discurso identitário em Angola e no Brasil: uma análise do romance Mayombe de Pepetela e da música “Sou realista” do rapista Afroman Yannick. In: FONSECA, M. N. S.; CURY, M. Z. F. (orgs.). África: dinâmicas culturais e literárias. Belo Horizonte: PUC Minas, 2012.

BERNARDO, E. P. J. Política Linguística para o Ensino Bilíngue em Angola. 2018.172 f. Dissertação (Mestrado em Políticas Linguísticas Críticas) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

BITTENCOURT, M. A História Contemporânea de Angola: seus achados e suas armadilhas. In: Actas do II Seminário Internacional sobre a História de Angola. Luanda: Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses, 1997.

CASTELO, C. O luso-tropicalismo e o colonialismo português tardio. 2013. Disponível em: http://www.buala.org/pt/a-ler/o-luso-tropicalismo-e-ocolonialismo-portugues-tardio. Acesso em: 16 mar. 2016.

FANON, F. Os condenados da terra. Tradução Enilce Albergaria Rocha, Lucy Magalhães. Juiz de Fora: UFJF, 2005-1975.

FARDON, R.; FURNISS, G. African languages, development and the state. London: Routledge, 1994.

FREYRE, G. O mundo que o português criou. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940.

FREYRE, G. Casa-grande e senzala: a formação da família brasileira sob o regime da economia pratriarcal. São Paulo: Global, 1933.

FOUCAULT, M. Sujeito e o poder. In: DREYFUS, H; RABINOW, P. Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Universitária, 1995.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução Raquel Ramalhete. 41. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

HARRIES, P. The roots of ethnicity: Discourse and the politics of language construction in south-east Africa. African Affairs, 346, 1988.

HENRIQUES, I. C. Território e identidade: o desmantelamento da terra africana e a construção da Angola colonial. Sumário pormenorizado da lição de síntese apresentada a provas para obtenção do título de Professor Agregado do 4º Grupo (História) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Lisboa: 2003.

HOBSBAWN, E.; RANGER, T. A invenção das tradições. Tradução Celina Cardim Cavalcante. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

INVERNO, L. A transição de Angola para o português vernáculo: estudo morfossintático do sintagma nominal. In: CARVALHO, A. Português em contato. Madri, Frankfurt: Iberoamericana/Editorial Vervuert, 2009.

KANDA, Almeida. Repensar a História de Angola. Uige: Sedipu, 2005.

MAKONI, S. African languages as European scripts: The shaping of communal memory. In: NUTTALLAND, S.; COETZEE, C. (orgs.). Negotiating the past: The making of memory in South Africa. Cape Town, Oxford Press: 1998.

MAKONI, S.; MEINHOF, U. Linguística Aplicada na África: Desconstruindo a Noção de Língua. In: MOITA LOPES, L.P. Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Editora Parábola, 2006.

MAKONI, S.; MAKONI, B.; ABDELHAY, A.; MASHIRI, P. Colonial and post colonial language policies in Africa. In: SPOLSKY, Bernanrd. The Cambridhe Handbook of Language Policy. New York: Cambridge University Press, 2012.

MATROSSE, D. Memórias e reflexões. Angola: Nzila, 2008.

MENEZES, L. C.; BOIO, J. A. G. Gêneros textuais e ensino: uma análise do livro didático de língua portuguesa do ensino secundário da 12ª classe de Angola. Entrepalavras, Fortaleza, v. 7, p. 517-533, ago./dez. 2017.

MENEZES, S. Mama Angola: sociedade e economia de um país nascente. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Fapesp, 2000.

MINGAS, A. A. Interferência do Kimbundu no Português falado em Lwanda. Luanda: Chá de Caxinde, 2000.

MOREIRA, A. Política ultramarina. Lisboa: Junta das Investigações Ultramar, 1961.

MURRAY, J. Cultural Atlas of Africa. Barcelona: Ediciones Folio, 2007.

NASCIMENTO, W. S. Memórias crioulas sobre as políticas de assimilação colonial em Angola (1926-1975). Revista Binacional Brasil Argentina. v. 4. Vitória da Conquista: 2015.

ROSAS, F. Salazar e o Poder: a arte de saber durar. Lisboa: Tinta da China, 2013.

SANTOS, B. de S. Entre o Próspero e Caliban: colonialismo, pós-colonialismo e interidentidade. In: HOLANDA, H. B. Cultura e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2004.

SEVERO, C. Línguas e Estados nacionais: problematizações históricas e implicações. In: SEVERO, C.; SITOE, B.; PEDRO, J. Estão as Línguas Nacionais em Perigo? Lisboa: Escolar Editora, 2014.

SEVERO, C. MAKONI, S. Políticas linguísticas Brasil-África: por uma perspectiva crítica. Coleção Linguística. v.5. Florianópolis: Insular, 2015a.

SEVERO, C. Política Linguística e Racismo. Actas Del VII Encuentro Internacional de Investigadores em Políticas Linguísticas. Córdoba: UNC, 2015b.

TCHIMBOTO, B. Mais de sete milhões de angolanos falam línguas nacionais, 2016. Disponível em: http://ipol.org.br/mais-de-sete-milhoes-de-angolanos-falamlinguas-nacionais/. Acesso em: 10 jan. 2019.