Objectos nulos e CLLD: uma teoria unificada

Eduardo P. RAPOSO

Resumo

A hipótese apresentada em Raposo (1986) de que o objecto nulo do portguês europeu seria um vestígio-variável deixado pelo movimento de um operador nulo foi posta em causa para o portguês brasileiro por vários linguistas, incluindo Galves (1989 a,b, 1998), Farrel (1990), Kato (1991), os quais defendem que nesta variante o objecto nulo é pronominal. Neste trabalho, revisito a minha análise de 1986 e proponho que ela é compatível com esta proposta que assumimos que o "operador nulo" movido é na realidade um complemento de um determinante nulo, e tem de ser movido por não ser devidamente licenciado no contexto deste determinante. Em contrapartida, na construção "CLLD", o pro é loclmente licenciado pelo determinante definido o e não necessita ser movido.