Migração, sujeito e entre-línguas: perder-se no labirinto da palavra
Resumo
No presente artigo, analisamos modos de subjetivação que atravessam o processo de constituição do sujeito que se enuncia em outra língua, que não a dita materna. Para isso, trabalhamos com sujeitos na posição de imigrante - em específico, imigrantes haitianos que residam no município de Chapecó. Realizamos quatro entrevistas semi-estruturadas e on-line a partir de uma questão gatilho. Posteriormente, analisamos recortes discursivos colhidos dessas entrevistas tomando como base um referencial teórico que abarca a psicanálise lacaniana e a desconstrução, tal como apresentada por Derrida. Esse processo de análise se deu através de um movimento pendular entre teoria e corpus de análise. Por fim, o sujeito, tal como o compreendemos, é sempre uma possibilidade, um devir. Os participantes da pesquisa, imigrantes haitianos, são sujeitos que assumem determinadas posições e enunciam de determinadas formas pelas posições mesmas que ocupam, sendo sujeitos imigrantes que se confundem no entre-línguas. Compreendemos que a posição de entre-línguas é constitutiva da possibilidade de ser sujeito. Mais do que o atravessar, o entre-línguas lhe possibilita efetivamente vir a ser enquanto sujeito
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