Gramatiquinha da fala brasileira: o ethos do enunciador modernista Mário de Andrade

Maria Inês Pagliarini COX,
Neila Barbosa de Oliveira BORNEMANN,
Judite Gonçalves de ALBUQUERQUE

Resumo




Na linha de frente do modernismo, Mário de Andrade se empenhou visceralmente na consecução do projeto político-cultural-linguístico de “abrasileirar o Brasil”. Diferentemente de muitos militantes do movimento, Mário de Andrade buscava viver, colocar em prática, o que pregava, o que fazia dele um combatente aguerrido e incômodo não só para os conservadores como para os próprios modernistas. Daí, a proposta de estudar, neste artigo, a imagem que ele constrói de si, ou seja, seu ethos como enunciador modernista, ao se pronunciar sobre a fala brasileira. Embora a noção de ethos seja tão antiga quanto a retórica aristotélica, balizar- se-á, neste estudo, pela leitura que dela faz o analista de discurso Dominique Maingueneau.