Gramatiquinha da fala brasileira: o ethos do enunciador modernista Mário de Andrade
Abstract
Na linha de frente do modernismo, Mário de Andrade se empenhou visceralmente na consecução do projeto político-cultural-linguístico de “abrasileirar o Brasil”. Diferentemente de muitos militantes do movimento, Mário de Andrade buscava viver, colocar em prática, o que pregava, o que fazia dele um combatente aguerrido e incômodo não só para os conservadores como para os próprios modernistas. Daí, a proposta de estudar, neste artigo, a imagem que ele constrói de si, ou seja, seu ethos como enunciador modernista, ao se pronunciar sobre a fala brasileira. Embora a noção de ethos seja tão antiga quanto a retórica aristotélica, balizar- se-á, neste estudo, pela leitura que dela faz o analista de discurso Dominique Maingueneau.