01.07.2025

Submissão de artigos para dossiês temáticos

Prezadas/os,
Informamos a todas/os que a Revista da Abralin está com submissões abertas para 04 dossiês:

• A teoria da complexidade em foco: debates sobre a linguagem como sistema dinâmico complexo, organizado por Lídia da Silva, Universidade Federal do Paraná), Brasil; Krister Schönström, Stockholm University, Suécia

• Linguagem, Políticas Linguísticas e Praxiológicas de Internacionalização na Educação: pluralidade epistêmica, direitos e justiça social, organizado por Marina Mello de M. F. de Souza, Universidade Federal do Oeste da Bahia, Brasil; Lucas Araujo Chagas, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Brasil; Luis Eduardo Wexell Machado, Universidade Nacional de Assunção, Paraguai

• Novas perspectivas em Semântica e Pragmática, organizado por Fernanda Rosa da Silva, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil; Luiz Fernando Ferreira, Universidade Federal de Roraima, Brasil; Marta Donazzan, CNRS & Nantes Université, França

• Novos caminhos para a documentação e o estudo de línguas dos povos originários, organizado por Maria Filomena Spatti Sandalo, Universidade Estadual de Campinas, Brasil

As submissões podem ser feitas até 30 de setembro. Convidamos todas/os a submeterem seus trabalhos. A seleção dos artigos a serem publicados não leva em consideração a titulação de quem os assina. Os textos selecionados são avaliados por especialistas que, a partir da avaliação do mérito da pesquisa, decidem pela publicação ou não do manuscrito. Todo esse processo é público, de acordo com as diretrizes da polícia de ciência aberta, adotadas pela Revista da Abralin. Para saber mais:

https://revista.abralin.org/index.php/abralin/about/submissions

Abaixo, seguem os resumos dos dossiês com chamada aberta.

A teoria da complexidade em foco: debates sobre a linguagem como sistema dinâmico complexo

A Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos (TSDC) tem se consolidado como uma estrutura teórica relevante para o estudo do desenvolvimento linguístico, tanto em línguas maternas quanto adicionais. Essa abordagem concebe a linguagem como um sistema dinâmico, complexo, emergente, não linear, aberto e adaptativo — sensível às condições iniciais, propenso à auto-organização por meio de atratores e sujeito a mudanças abruptas em pontos de bifurcação. Sua aplicação crescente em diferentes subáreas da Linguística (como aquisição de linguagem, ensino de línguas, fonética, fonologia, sintaxe, morfologia e outras) revela o potencial da teoria para promover novos entendimentos sobre a variabilidade, a estabilidade e a mudança linguística. Este dossiê propõe reunir estudos que, ancorados nos princípios da TSDC, investiguem processos de desenvolvimento linguístico e seus desdobramentos metodológicos e epistemológicos. São bem-vindas contribuições que se debrucem sobre diferentes modalidades (oralidade, escrita e língua de sinais) e que estabeleçam diálogos com áreas afins como psicolinguística, sociolinguística, linguística aplicada, educação linguística, aquisição de L1 e L2, e política linguística. O objetivo é fomentar um espaço de debate plural, com representatividade regional e internacional, que reflita a diversidade de contextos empíricos e teóricos em torno da linguagem como sistema dinâmico complexo.

Linguagem, Políticas Linguísticas e Praxiológicas de Internacionalização na Educação: pluralidade epistêmica, direitos e justiça social

A internacionalização da educação tem se consolidado como um movimento cultural e político crescente no cenário brasileiro. Com efeito, ela passou a impactar as práticas linguageiras, as identidades e as finalidades das instituições educacionais assim como o ethos e modo de organização de seus atores e comportamentos linguísticos. Tendo em vista a necessidade de aprofundar reflexões sobre essas questões, este dossiê tem como objetivo reunir textos que problematizam a internacionalização na educação como uma prática situada, atravessada por disputas epistemológicas, políticas, linguísticas e sociais advindos dos diversos campos de investigação dos Estudos Linguísticos. As reflexões podem abarcar temas como a aquisição e desenvolvimento da(s) lingua(gem)s em contextos afetados pelas praxeologias da internacionalização na educação; os discursos efervescentes dos movimentos de internacionalização na educação; as Políticas Linguísticas para a internacionalização na educação; os aspectos subjetivos, identitários e de letramento que permeiam a internacionalização na educação; formação de professores de línguas, linguistas e demais profissionais a partir das praxiologias de internacionalização na educação; estudos de caso que tematizem a pluralidade epistêmica, direitos e justiça social atrelados à internacionalização na educação; e pesquisas inter, multi e trandsiciplinares que abordem a relação entre lingua(gem)s, internacionalização na educação, migração, decolonialidade e deslocamentos sociais. Destaca-se que a internacionalização pode ser abordada nos múltiplos contexto de educação básica, superior, corporativa, livre, dentre outros.

Novas perspectivas em Semântica e Pragmática

Este dossiê tem como propósito reunir resultados de pesquisas recentes nos campos da Semântica e da Pragmática, áreas da Línguística que investigam o significado das línguas naturais. Serão bem-vindos trabalhos inéditos que adotem diferentes perspectivas teóricas e metodológicas, com foco nas contribuições que ampliem o entendimento do significado linguístico. As propostas podem abordar a descrição e explicação dos fenômenos em línguas como o português, o inglês, o espanhol, bem como em línguas indígenas e outras línguas subrepresentadas, reforçando a diversidade linguística nos estudos semânticos e pragmáticos.
Estudos que explorem a interface entre Semântica e Pragmática com outros níveis da gramática, como a morfologia, a sintaxe e a prosódia, também fazem parte do escopo do dossiê. Esses são importantes para mostrar que os fenômenos linguísticos estão inter relacionados e podem ser explicados considerando as interfaces entre os níveis gramaticais.
Além disso, neste volume serão aceitas investigações que dialoguem com outras áreas das ciências humanas, como antropologia, psicologia e estudos culturais, reconhecendo a natureza interdisciplinar dos fenômenos de significado.
Outra vertente relevante diz respeito às pesquisas voltadas para o ensino e aprendizagem de línguas, especialmente aquelas que enfocam a relação entre o significado linguístico e práticas pedagógicas. Essa interface representa uma contribuição importante para os estudos aplicados.
Por fim, o dossiê também acolherá pesquisas em semântica e pragmática cognitiva e experimental, que utilizem métodos empíricos na análise de fenômenos do significado. Trabalhos com esse perfil contribuem para o avanço de abordagens experimentais fortalecendo o diálogo entre teoria e prática. Com isso, o dossiê se propõe a ser um espaço plural de divulgação científica, que estimule o intercâmbio entre diferentes tradições teóricas, metodológicas e contextos linguísticos.

Novos caminhos para a documentação e o estudo de línguas dos povos originários

O objetivo deste dossiê é o de abrir caminho para novas metodologias de registro e de documentação em trabalho de campo linguístico, com benefícios mútuos para as populações indígenas e os linguistas.
Assim, esperamos trabalhos que apresentem e discutam, por exemplo, a elaboração de corpora digitais, trabalhos experimentais voltados para línguas ameaçadas, assim como trabalhos em novas metodologias em filogenética sintática ou fonológica em aplicação no estudo das línguas de origem sul-americana. Temos apenas uma ideia das relações genéticas entre famílias linguísticas da América do Sul, que ainda estão entre as menos conhecidas do mundo. Pairam muitas questões sobre parentescos distantes entre elas e não tem sido possível avançar muito mais com a metodologia tradicional, com o método histórico comparativo.
Outros exemplos de trabalhos relevantes seriam sobre ferramentas eletrônicas de digitalização e elaboração de dicionários e gramáticas pedagógicas.
Enfim, esperamos propostas inovadoras que possam colaborar em:
a. disseminação de conhecimento que possam rapidamente ser compartilhados com as comunidades indígenas;
b. preservação e vitalizacao de línguas;
c. incentivo do protagonismo de pesquisadores indígenas no estudo sistemático da suas próprias línguas e a sua popularização
d. melhoria da educação bilíngue e do acesso ao ensino superior, dado o aumento de vestibulares indígenas no Brasil.