Hipótese da reflexificação na gênese dos crioulos e pidgins

Hildo Honório do COUTO

Resumo

O objetivo deste artigo é mostrar a importância da hipótese da relexificação para se explicar o processo de formação dos crioulos, dos pidgins e das línguas mistas em geral que emergem em uma situação de contato de línguas. Os seus proponentes partiram do conceito de relexificação que já era conhecido desde a década de 60, criado para tentar explicar a evolução dessas línguas a partir de um ancestral comum, no contexto da árvore genealógica. A HR inseriu-o no arcabouço da gramática gerativa (versão princípios e parâmetros), e mostrou que pelo menos alguns aspectos da formação dessas línguas são previsíveis, ou seja, que se associam propriedades semânticas e sintáticas dos itens lexicais das línguas de substrato ao significante dos itens lexicais mais próximos da língua de superstrato. A hipótese tem sustentação histórica e sociológica.