The demarcation of indigenous lands as linguistic policy

Carlos Maroto GUEROLA

Abstract

The goal of this paper is to illustrate an exercise of theoretical construction carried out upon the principles of ethnographic research within indisciplinary Applied Linguistics. Particularly, I expatiate, in an auto-ethnographic tale, on how my eight-year-long fieldwork experience within the indigenous universe of the Brazilian southern state of Santa Catarina — specifically within Guarani, Kaingang and Laklãnõ-Xokleng schools and communities, as well as within pre-service and in-service teacher training programs addressed to them by university —, has led me to theoretically explain indigenous languages as social processes. I thus elaborate an answer to the following question: to what extent can the demarcation of lands be theoretically grounded as an indispensable policy to strengthen indigenous languages?

Full-text of the article is available for this locale: Português (Brasil).

References

AFFONSO, A. M. R. Y. De pessoas e palavras entre os Guarani-Mbya. 2014. 380 f. Tese (Doutorado em Antropologia) - Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, Niterói/RJ.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006.

BLOMMAERT, J. Ethnography and democracy: Hymes’s political theory of language. Text & Talk, v. 29, n. 3, p. 257–276, 2009.

BLOMMAERT, J.; DONG J. Ethnographic fieldwork: a beginner’s guide. Bristol: Multilingual Matters, 2010.

BORGES, L. C. Os Guarani Mbyá e a categoria tempo. Tellus, v. 2, n. 2, p. 105- 122, 2002. Disponível em: http://www.tellus.ucdb.br/index.php/tellus/article/view/14/24. Acesso em: 29 jan. 2019.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações determinadas pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/94, pelas Emendas Constitucionais nos 1/92 a 91/2016 e pelo Decreto Legislativo no 186/2008. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf. Acesso em: 29 jan. 2019.

BRIGHENTI, C. A. Terras Indígenas em Santa Catarina. In: NÖTZOLD, A. L. V.; ROSA, H. A.; BRINGMANN, S. F. (eds.). Etnohistória, história indígena e educação: contribuições ao debate. Porto Alegre: Pallotti, 2012. p. 255-277.

BRIGHENTI, C. A.; NÖTZOLD, A. L. V. Educação guarani e educação escolar: Desafios da experiência mbya e nhandeva. Cadernos do LEME, v. 2, n. 2, p. 22–40, 2010. Disponível em: http://www.leme.ufcg.edu.br/cadernosdoleme/index.php/e-leme/article/view/24/22. Acesso em: 29 jan. 2019.

CAVALCANTI, M. C. Applied Linguistics: Brazilian perspectives. AILA Review, v. 17, p. 23-30, 2004.

CIMI - Conselho Indigenista Missionário. Relatório violência contra os povos indígenas no Brasil – dados de 2016. Disponível em: https://www.cimi.org.br/pub/relatorio/Relatorio-violencia-contra-povos-indigenas_2016-Cimi.pdf. Acesso em: 29 jan. 2019.

CLIFFORD, J. Introduction: partial truths. In: CLIFFORD, J.; MARCUS, G. E. (eds.). Writing culture: the poetics and politics of ethnography. Berkeley & Los Angeles: University of California Press, 1986. p. 1-26.

D’ANGELIS, W. R. Aprisionando sonhos: a educação escolar indígena no Brasil. Campinas: Curt Nimuendajú, 2012.

DAVIES, C. A. Reflexive ethnography: a guide to researching selves and others. Londres; Nova Iorque: Routledge, 1999.

ERICKSON, F. Qualitative methods. In: LINN, R. L.; ERICKSON, F. (eds.). Qualitative methods: a project of the American Educational Research Association. Londres; Nova Iorque: Macmillan Publishing Company, 1990. p. 75-194.

FERNANDES, R. C.; PIOVEZANA, L. Perspectivas kaingang sobre o direito territorial e ambiental no sul do Brasil. Ambiente & Sociedade, v. 18, n. 2, p. 115-132, 2015.

GARCÉS, F. Las políticas del conocimiento y la colonialidad lingüística y epistémica. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (eds.). El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos, Pontificia Universidad Javeriana, & Instituto Pensar, 2007. p. 217-242.

GARCÍA, O. Bilingual education in the 21st century: a global perspective. West Sussex: Wiley Blackwell, 2009.

GEERTZ, C. The interpretation of cultures: selected essays by Clifford Geertz. Nova Iorque: Basic Books, 1973.

GUEROLA, C. M. “Às vezes tem pessoas que não querem nem ouvir, que não dão direito de falar pro indígena”: A reconstrução intercultural dos direitos humanos linguísticos na escola Itaty da aldeia guarani do Morro dos Cavalos. 2012. (Dissertação em Linguística) – Centro de Comunicação e Expressão, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: http://www.bu.ufsc.br/teses/PLLG0513-D.pdf. Acesso em: 28 jan. 2019.

GUEROLA, C. M. A reconstrução intercultural dos direitos humanos linguísticos escolares guarani: horizontes sociais e letramento. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 53, p. 225-241, 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-18132014000100012. Acesso em: 28 jan. 2019.

GUEROLA, C. M. A disciplinarização letrada das línguas indígenas no Sul do Brasil: uma abordagem discursiva. Estudos Linguísticos, v. 44, p. 559-573, 2015a. Disponível em: https://revistas.gel.org.br/estudoslinguisticos/article/view/994/576. Acesso em: 28 jan. 2019.

GUEROLA, C. M. Proporcionar aos índios a valorização das suas línguas?! Problemas discursivos na diferenciação da escola indígena. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 15, p. 779-807, 2015b. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1984-639820156311. Acesso em: 28 jan. 2019.

GUEROLA, C. M. “Os alunos teriam que estudar para poder comprar comida”: a escola guarani como necessidade, obrigação e direito. Revista Brasileira de Educação, v. 22, p. 1-25, 2017a. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s1413-24782017227159. Acesso em: 28 jan. 2019.

GUEROLA, C. M. “Se nós não fosse guerreiro nós não existia mais aqui”: ensinoaprendizagem de línguas para fortalecimento da luta Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng. 2017b. Tese (Doutorado em Linguística) – Centro de Comunicação e Expressão, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: http://tede.ufsc.br/teses/PLLG0674-T.pdf. Acesso em: 28 jan. 2019.

GUEROLA, C. M. Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng em Santa Catarina: Terra, história e política linguística. PAPIA, v. 28, p. 51-81, 2018. Disponível em: http://revistas.fflch.usp.br/papia/article/view/3031/pdf. Acesso em: 29 jan. 2019.

HARRIS, R. Integrationism: a very brief introduction. 2010. Disponível em: http://www.royharrisonline.com/integrational_linguistics/integrationism_introduction.html. Acesso em: 29 jan. 2019.

HARVEY, D. Justice, nature and the geography of difference. Oxford: Blackwell, 1996.

HEATH, S. B.; STREET, B. On ethnography: approaches to language and literacy research. New York: Teachers College Press, 2008.

KLEIMAN, A. O estatuto disciplinar da Linguística Aplicada: o traçado de um percurso, um rumo para o debate. In: SIGNORINI, I.; CAVALCANTI, M. C. (eds.). Linguística Aplicada e transdisciplinaridade. Campinas: Mercado de Letras, 1998. p. 51-77.

KLEIMAN, A. ; CAVALCANTI, M. C. O DLA: uma história de muitas faces, um mosaico de muitas histórias. In: KLEIMAN, A.; CAVALCANTI, M. C. (eds.). Linguística Aplicada: suas faces e interfaces. Campinas: Mercado de Letras, 2007. p. 9-26.

KLEIMAN, A. Agenda de pesquisa e ação em Linguística Aplicada: problematizações. In: MOITA LOPES, L. P. (ed.). Linguística aplicada na modernidade recente: Festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola, 2013. p. 39-58.

LOCH, S. Arquiteturas xoklengs contemporâneas: uma introdução à antropologia do espaço na Terra Indígena de Ibirama. 2004. Dissertação (Doutorado em Antropologia Social) - Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/88156/205561.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 29 jan. 2019.

MAANEN, J. Tales of the field. On writing ethnography. Chicago: The University of Chicago Press, 1988.

MAKONI, S.; PENNYCOOK, A. Disinventing and reconstituting languages. In: MAKONI, S.; PENNYCOOK, A. (eds.). Disinventing and reconstituting languages. Clevedon: Multilingual Matters, 2006. p. 1-41.

MASON, J. Qualitative researching. London: SAGE, 1996.

MOITA LOPES, L. P. A transdisciplinaridade é possível em Linguística Aplicada? In: SIGNORINI, I.; CAVALCANTI, M. C. (eds.). Linguística Aplicada e transdisciplinaridade. Campinas: Mercado de Letras, 1998. p. 113-128.

MOITA LOPES, L. P. Linguística aplicada e vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa. In: MOITA LOPES, L. P. (ed.). Por uma Linguística Aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006a. p. 85-107.

MOITA LOPES, L. P. Uma linguística aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo como linguista aplicado. In: MOITA LOPES, L. P. (ed.). Por uma Linguística Aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006b. p. 13-44.

NACKE, A.; BLOEMER, N. M. S. As áreas indígenas Kaingang no oeste catarinense. In: NACKE, A. (ed.). Os Kaingang no Oeste Catarinense: tradição e atualidade. Chapecó: Argos, 2007. p. 43-77.

PENNYCOOK, A. Language as a local practice. Abingdom & New York: Routledge, 2010.

SALVARO, T. D. De geração em geração e o lápis na mão: o processo de revitalização da língua kaingang na educação escolar indígena/Terra Indígena Xapecó - SC. 2009. Dissertação (Mestrado em história) - Centro de Filosofia e Ciências Humanas - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/93325/263916.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 29 jan. 2019.

SANTOS, S. C. A barragem de Ibirama e os índios. Geosul, v. 2, n. 4, p. 42-47, 1987. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/12673. Acesso em: 29 jan. 2019.

SIGNORINI, I. Do residual ao múltiplo e ao complexo: o objeto da pesquisa em Linguística Aplicada. In: SIGNORINI, I.; CAVALCANTI, M. C. (eds.). Linguística Aplicada e transdisciplinaridade. Campinas: Mercado de Letras, 1998. p. 99-110.

SILVA, S. B. Dualismo e cosmologia kaingang: o xamã e o domínio da floresta. Horizontes Antropológicos, v. 8, n. 18, p. 189-209, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ha/v8n18/19062.pdf. Acesso em: 29 jan. 2019.

SOUSA SANTOS, B. Descolonizar el saber, reinventar el poder. Montevideo: Trilce, 2010.

SOUZA, L. M. T. M. Entering a culture quietly: writing and cultural survival in indigenous education in Brazil. In: MAKONI, S.; PENNYCOOK, A. (eds.). Disinventing and reconstituting languages. Clevedon: Multilingual Matters, 2006. p. 135-169.

SPRY, T. Performing autoethnography: an embodied methodological praxis. Qualitative Inquiry, v. 7, n. 6, p. 706-732, 2001. Disponível em: http://www.nyu.edu/pages/classes/bkg/methods/spry.pdf. Acesso em: 29 jan. 2019.

WEBER, C. Tornar-se professora Xokleng/Laklãnõ: escolarização, ensino superior e identidade étnica. 2007. Dissertação (Mestrado em Educação) - Centro de Ciências da Educação - Universidade Federal de Santa Catarina,

Florianópolis. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/90249/247688.pdfsequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 29 jan. 2019.

WIIK, F. B. Doenças e transformação sociocultural entre os índios Xokleng. Revista de Divulgação Cultural, v. 20, n. 64, p. 59-67, 1998.

WITTMANN, L. T. Atos do contato: histórias do povo indígena Xokleng no Vale do Itajaí/SC (1850-1926). 2005. Dissertação (Mestrado em História) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/281423/1/Wittmann_LuisaTombini_M.pdf. Acesso em: 29 jan. 2019.