The meanings of “Maranhense” and “Maranhensity” in the curricular document of the Maranhão territory: culture, race and education

Alzilane Bento Fernandes,
Glória da Ressureição Abreu França ,
Tyara Veriato Chaves

Abstract

This work is produced from discourses around the implementation of the Curricular Document of the Maranhense Territory (DCTMA) established as a curriculum and reference for basic education schools in Maranhão. We take as a methodological theoretical framework the Materialist Discourse Analysis (PÊCHEUX, [1983] 2012), in dialogue with a decolonial perspective (MBEMBE, [2013] 2018; GONZALEZ, [1984] 2020; FRANÇA, 2018) and with the field of Education Criticism (FREIRE, [1975] 2005). We aim to analyze the discourses of/about "Maranhense" and "Maranhensidade" textualized in the Curricular Document of the Território Maranhense. The presence of the signifiers “Maranhense” and “Maranhensity” introduces the dimension of culture in a document purportedly from the field of education. From our point of view, when we take the cultural as political, that is, as a place where racial issues are concealed (FRANÇA, 2018), we ask ourselves about the construction of a racialized and regionalized subject. Thus, we formulate: How does the discourse on “Maranhense” and “Maranhensidade” work in the DCTMA? What do these designations materialize in the language and what do they silence? In dialogue with Critical Education, which discusses banking education as a reflection of the oppressive society that nullifies the interpretive power of students by imposing passivity on them, we problematize the dimension of the “culture of silence” (FREIRE, [1975] 2005), taking the theoretical practice as a possible place of transformation, of production of events (PÊCHEUX, [1981] 2016). Thinking about these issues from the field of Discourse in an anti-racist position (FRANÇA, 2018; CESTARI, 2015) brings into play the dimension of language as a place of materialization of ideological processes, therefore, a place of dispute and other possible meanings.

References

AUTHIER-REVUZ, J. Palavras mantidas a distância. In: CONEIN, Bernard; COURTINE, Jean Jacques; GADET, Françoise; MARANDIN, Jean-Marie; PÊCHEUX, Michel (orgs.). Materialidades Discursivas. Campinas: Editora da Unicamp, [1981] 2016, p.201-226

BARROS, A. “A TERRA DOS GRANDES BUMBAS”: a maranhensidade ressignificada na cultura popular (1940-1960). In: Caderno Pós Ciências Sociais - São Luís, v. 2, n. 3, jan./jun., 2005, p. 97-123.

BARROS, M. de. Livro de pré-coisas: roteiro para uma excursão poética no Pantanal. In: Biblioteca Manoel de Barros [coleção]. São Paulo: LeYa, 2013[1985].

BRASIL, MINIST. DE EDUCAÇÃO. Documento Curricular do Território Maranhense: para a Educação Infantil e o Ensino fundamental. 1ª ed ed. Rio de Janeiro: FGV, 2019. 487 p.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017.

CASTELLANOS PFEIFFER, C. R. ; SILVA, Mariza Vieira da ; PETRI, V. Língua Escolar: afinal que língua é essa? Revista Ecos, v. 27, p. 117-152, 2019.

CESTARI, M.J. Vozes-mulheres negras ou feministas e antirracistas graças às Yabás. Tese (Doutorado em Linguística) - Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015.

CESTARI, M.; CHAVES, T.; BALDINI, L. O Pretuguês, a língua materna e os discursos fundadores da brasilidade. In: ZOPPI-FONTANA, M. G.; BIZIAK, J. S. Mulheres em Discurso: lugares de enunciação e corpos em disputa – Vol. 3. Campinas, SP: Pontes Editores, p. 27-52, 2021.

COSTA, B.; GALLO, S.a. Discurso científico e discurso acadêmico: sobre um possível gesto polissêmico de leitura. In: HRENECHEN, V. C. A. T. Comunicação, mídias e educação [recurso eletrônico] – Ponta Grossa, PR: Atena Editora, p. 74 – 77, 2019.

FRANÇA, G.. Gênero, raça e colonização: a brasilidade no olhar do discurso turístico no Brasil e na França. F844g. Tese (Doutorado em Linguística) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2018.

FERNANDES, A.; FRANÇA G.; CESTARI, M.. Análise discursiva dos sentidos de leitura literária no Documento Curricular do Território Maranhense. In: José Antônio Vieira; Cristiane Navarrete Tolomei (Org.) Linguagem, discurso e cultura Vol. 2. p. 49-68. São Carlos: Pedro & João Editores, 2022.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 40ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005[1975] .

FREIRE, P. Educação como Prática de Liberdade. 33ª.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra: 2010[1968].

FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France. São Paulo: Martins Fontes, 2005[1975-1976].

GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: GONZALEZ, L. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Organização de Flávia Rios e Márcia Lima. Rio de Janeiro: Zahar, p. 75-93, 2020[1984].

LACAN, J. O Seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998[1964].

LAGAZZI, S. O recorte significante na memória. Apresentação no III SEAD –Seminário de Estudos em Análise do Discurso, UFRGS, Porto Alegre, 2007. In: O Discurso na Contemporaneidade. Materialidades e Fronteiras. F. Indursky, M. C. L. Ferreira; S. Mittmann (orgs.). São Carlos: Claraluz, p. 67-78, 2009.

MARIANI, B. Subjetividade e imaginário linguístico. Linguagem em (Dis)curso. Tubarão, v. 3, Número Especial, p. 55-72, 2003.

MBEMBE, A. Necropolítica. São Paulo: n-1 edições, 2ª edição, 2018 [2003].

MBEMBE, A. Crítica da razão negra. São Paulo: n-1 edições, 2018 [2013].

MILNER, J. O amor da língua. Campinas: Editora da Unicamp, 2012 [1978].

MONTEIRO, M. Dança Popular: espetáculo e devoção. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2011.

MOREIRA, C; FERNANDES, J. Circulação do conhecimento e currículo escolar: o discurso na área de linguagens da Base Nacional Comum Curricular do ensino médio. In: PFEIFFER C.; DIAS, J. P.; NOGUEIRA L. Língua, Ensino, Tecnologia – 1. ed.– Campinas, SP: Pontes Editores, 2020, p. 65-87.

NOGUEIRA, L.; DIAS, J. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): sentidos em disputa na lógica das competências. Revista Investigações. V. 31, n.2, dezembro/2018, p. 26-48.

ORLANDI. E. Terra à vista: discurso do confronto: velho e novo mundo. São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1990.

ORLANDI. E. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Campinas/SP: Pontes Editores, 2007.

ORLANDI. E. Língua e conhecimento linguístico: para uma história das idéias no Brasil. São Paulo: Cortez, 2013.

ORLANDI. E. Análise de Discurso: Princípios e Procedimentos. 13. ed. Campinas: Pontes, 2020.

ORLANDI. E. Discurso e leitura. 9ed. São Paulo. Cortez. [1988] 2012.

PÊCHEUX, M. Semântica e discurso - uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas. Editora da Unicamp, 2009 [1975].

PÊCHEUX, M. Ler o arquivo hoje. In ORLANDI, E. P. (org) [et. Al.]. Gestos de leitura: da história no discurso. Tradução: Bethânia C.S. Mariani [et.al.]. Campinas: Editora da UNICAMP, 2014, p.55-66 (Coleção Repertórios). [1982]

PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Campinas: Pontes Editores, 2012 [1983].

PÊCHEUX, M. Papel da memória. In: ACHARD, P. et al. (org.). Papel da memória. Campinas: Pontes, 2010 [1984].

PFEIFFER, C. Políticas públicas: educação e linguagem. Cad. Est. Ling., Campinas, 53(2): 149-155, jul./dez., 2011.

ŽIŽEK, S. Violência: seis reflexões laterais. São Paulo: Boitempo, 2014.

ZOPPI-FONTANA, M. Língua oficial e políticas públicas de equidade de gênero. In: Línguas e Instrumentos Linguísticos – Nº 36 – jul.- dez. 2015, p. 221-243.