A variação linguística e as restrições estilísticas

Dermeval da Hora,
Leo Wetzels

Resumo

Os estudos sociolinguísticos desenvolvidos por Labov, nos anos 60 e subsequentes do século XX, foram fundamentais para o início e a continuidade de outros estudos realizados em diferentes partes do mundo. A partir da estratificação social das variáveis e observando sua correlação com fatores estruturais, foi possível que se estabelecessem padrões sistemáticos em vários aspectos da língua, principalmente no que tange aos fonológicos. Como atestam os trabalhos implementados, ênfase maior foi dada às variáveis sociais e estruturais, com pouca atenção à variável estilística. Nosso objetivo neste texto é avaliar diferentes propostas (LABOV, 1966, 2001; BELL, 1984; ECKERT, 2000, 2005) que envolvam a relação estilo/variação, utilizando dados oriundos de corpora diferentes. Em um primeiro momento, utilizaremos apenas dados de falantes residentes em João Pessoa, avaliando o uso das oclusivas dentais; em um segundo momento, falantes paraibanos que residem em São Paulo (capital) há mais de cinco anos, avaliando o uso dos róticos. Por último, avaliaremos o nível de consciência do falante em relação aos fenômenos linguísticos considerados acima.