09.06.2023

Chamada para submissão de artigos em dossiês temáticos

As submissões para os dossiês temáticos do volume 22 (2023) da Revista da Abralin estão abertas até o dia 16 outubro de 2023.

Os textos devem ser encaminhados no sistema da revista, seguindo estritamente as normas de apresentação de manuscritos e o template, disponível em Submissões.

A Revista da Abralin adota um processo de avaliação aberta, em que os pareceres dos revisores serão publicados junto com os artigos.

 

Tipologia linguística da Língua de Sinais brasileira e outras Línguas de Sinais

Chamada em Libras 1

Chamada em Libras 2

Organização: Ana Regina e Souza Campello (Instituto Nacional de Educação de Surdos, Departamento de Ensino Superior), Charley Pereira Soares (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), Liona Paulus (Universidade de Göttingen) e Carlos Roberto Ludwig (Universidade Federal do Tocantins).

Este dossiê tem como objetivo reunir conhecimentos, promover discussões e focalizar as diferentes tipologias da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Línguas de Sinais de outros países, explorando suas gramáticas, variações, bem como as línguas de sinais emergentes, indígenas e caseiras.

Além disso, buscamos estimular o diálogo acerca das relações de poder, epistemologia e dominação linguística presentes no contexto das línguas de sinais. Pretendemos também fomentar a criação de uma rede de pesquisadores, educadores, profissionais, entidades e associações que atuem na área da educação de surdos, educação bilíngue e outros campos relacionados. A intenção é refletir sobre as experiências e desafios linguísticos enfrentados, especialmente no que diz respeito ao Idioma Pedagógico (LELIS, 2001), no ensino básico, técnico e superior.

 

Prosódia: descrição, variação e aquisição linguística

Organização: Luma da Silva Miranda (Universidade Eötvös Loránd), Carolina Gomes da Silva (Universidade Federal da Paraíba) e Manuella Carnaval (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

A Prosódia é tradicionalmente definida como área que se ocupa de propriedades orais, não relacionada à sequência segmental de fonemas subjacentes à cadeia da fala (NOOTEBOOM, 1996). Deste modo, a prosódia compreende um conjunto vasto de fenômenos suprassegmentais, a partir da variação de parâmetros físicos (F0, duração e intensidade), assim como sistemas de tom, entoação, acento e ritmo das línguas naturais (SCARPA, 1999). Mais especificamente, a entoação, enquanto fenômeno linguístico, tem sua manifestação através de padrões melódicos, que conferem os mais variados valores pragmáticos aos enunciados da língua (LADD, 1996). Por reconhecermos a importância do nível prosódico na análise de variados fenômenos linguísticos, propomos aqui um dossiê temático que explore a contribuição prosódica em diversos ramos da pesquisa linguística.

Este dossiê recebe contribuições de estudos que descrevam fenômenos prosódicos, incluindo funções linguísticas e expressivas, além de trabalhos que exploram a variação prosódica tanto do português e suas variedades bem como de outras línguas naturais. Também serão aceitos estudos de aquisição da prosódia de L1/LM e de aprendizagem de L2/LE/LA, inclusive sob uma abordagem multimodal, já que, como ressaltado por Krahmer e Swerts (2009), estudos multimodais realizados vêm contemplando as várias funções da prosódia. Os artigos poderão ser escritos em português, inglês ou espanhol e, embora não limitadas, as temáticas aceitas serão: características prosódicas do português brasileiro e de outras variedades do português; características prosódicas da fala de língua estrangeira; ensino de prosódia; prosódia visual; prosódia expressiva; prosódia experimental; percepção da prosódia; processamento prosódico, entre outros.

 

A pesquisa em Aquisição da Linguagem no Sul Global

Organização: Marianne Cavalcante (Universidade Federal da Paraíba), Alessandra Del Ré (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) e Christelle Dodane (Universidade Sorbonne Nouvelle).

O objetivo deste dossiê é dar visibilidade às pesquisas em Aquisição da Linguagem desenvolvidas no Sul Global. O Sul Global engloba principalmente os países em desenvolvimento da Ásia, África, América Latina e Caribe, entre outros. O objetivo desta publicação é trazer à tona a diversidade teórica e metodológica das pesquisas realizadas no Sul Global, a fim de ampliar sua visibilidade e obter uma visão geral da área.

Recentemente, um artigo de Kidd e Garcia (2022, p. 719), com base em uma análise das publicações das últimas quatro décadas em revistas conceituadas no campo da Aquisição da Linguagem (Journal of Child Language, First Language, Language Acquisition, Language Learning and Development), constatou que 87% dessas publicações têm autores da América do Norte e/ou Europa, com uma amostra fortemente inclinada para o inglês e outros idiomas indo-europeus. No entanto, na América Latina, existe um Projeto vinculado à ALFAL (Associação de Linguística e Filologia da América Latina), o Projeto 10 Aquisição da Linguagem, coordenado pelas pesquisadoras Cecília Rojas Nieto (UNAM- México) e Rosa Attié Figueira (UNICAMP- Brasil), que há mais de vinte anos tem difundido pesquisas nessa área específica para a América Latina. No Brasil, a Aquisição da Linguagem é representada na ANPOLL por meio do GT Estudos em Aquisição da Linguagem, bem como na ABRALIN, por meio da Comissão de Aquisição da Linguagem.

Diante dessa realidade, torna-se necessário dar visibilidade às pesquisas desenvolvidas no Sul Global, com o intuito de diversificar a disseminação do conhecimento no campo da Aquisição da Linguagem, promovendo a criação de teorias cientificamente generalizáveis e uma comunidade de pesquisa mais ampla.

 

Humanidades digitais: textos e tecnologias

Organização: Roberlei Alves Bertucci (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Emanoel Cesar Pires de Assis (Universidade Estadual do Maranhão, Universidade Federal do Piauí) e Rebeca Schumacher Eder Fuão (Universidade de Oslo).

A tecnologia afeta e desafia a humanidade (CUPANI, 2016), ao mesmo tempo que sugere alternativas (ORTEGA; GASSET, 1939). Em geral, essas tecnologias e alternativas nascem da capacidade humana de planejar, que tem uma relação direta com a linguagem (VIEIRA PINTO, 2005). Alinhado à perspectiva do Manifesto das Humanidades digitais, que indica que a tecnologia é uma oportunidade única para a ciência, sobretudo nas Ciências Humanas, Sociais, Artes e Letras, este dossiê propõe acolher trabalhos sobre o uso de tecnologias digitais em pesquisas com textos.

Nos últimos anos, a tecnologia digital tem influenciado cada vez mais as práticas e os saberes sociais, o que inclui, necessariamente, o universo textual. Mais especificamente, aplicações como o ChatGPT têm se apresentado como um interessante universo de análise (teórica e empírica) sobre o modo como os textos podem ser analisados. Além disso, diversas outras ferramentas (Linguakit, Google Cloud, Google Translator, Tropes, entre outros) apresentam modelos e recursos que contribuem para a análise de língua natural, algo que pode contribuir para a forma como se vê e se analisa a linguagem (GONÇALVES et al. 2020; MELLO; FARINELLI 2017; FREITAS, 2022 entre muitos outros). Nesse contexto, o objetivo central desta edição especial é apresentar análises teóricas e empíricas relativas aos modos como a tecnologia digital tem influenciado as análises de textos, sobretudo no cenário brasileiro.

Assim, são bem-vindos trabalhos relativos: à análise de textos (em especial os escritos) por meio de aplicações digitais; ao uso de ferramentas em repositórios digitais integradas à análise de textos; à linguística computacional e suas aplicações; trabalhos com lexicometria ou estilometria entre outros. A ideia é congregar diferentes trabalhos (e perspectivas) sobre o uso de tecnologia digital de modo a se traçar um panorama de conquistas, desafios e perspectivas que o uso desse tipo de ferramenta oferece ao pesquisador da linguagem.